segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Do I love ?

Estou desde ontem me fazendo de novo e de novo a mesma pergunta ... Será que eu amo mesmo ele ? 
Me deparei com a situação de que uma amiga antiga dele foi lá para casa ficar o dia todo sozinha com ele. E segundo o que ele me falou, eles iam cozinhar e curtir uma piscina . Isso já tinha acontecido com outra amiga, mas esta em questão além de amiga é um antigo caso.
Tive uma pequena crise existencial por 10 minutos depois que ele me falou que essa amiga dele ia lá ... Fiquei imaginando todas aquelas cenas de sexo explícito e de eu matando eles em todas elas. Me imaginei chegando em casa com algum cara, vendo os dois transando, e me vingando dele com esse cara no quarto ao lado, ou do lado deles mesmo... 10 minutos ... 10 minutos me fizeram até pensar em trair ele logo de uma vez e acabar com esse medo de ter sido fiel e ser magoada. Afinal, como eu poderia me sentir traída se eu já o tivesse traído antes ?
Mas isso foi só durante estes 10 minutos . Depois desse tempo eu comecei a não me importar. Eu passei a não me importar e a me perguntar que amiga minha agiria como eu em uma situação destas. E a resposta que eu achei foi nenhuma! Todas elas iriam ficar preocupadas, ou incomodadas... Isso "se" deixassem o marido receber a tal amiga .
E aí veio a pergunta seguinte : "Será que eu amo mesmo ele ?" 
Não sei responder a esta pergunta !
Quem ama cuida, sofre, sente ciúmes ? Quem ama tem calma , compreensão e paciência ? Quem ama confia ?
Também não sei !!!
Eu sei que eu gosto muito da minha vida com ele. Adoro acordar todos os dias de manhã e de vê-lo dormindo. Gosto da hora de voltar pra casa e saber que ele vai estar lá e que na hora de dormir vou poder deitar no peito dele . Mas isso é amor?
Gosto da sinceridade extrema que ele tem. Gosto do jeito meio adolescente e odeio o jeito meio adolescente dele. Gosto da paixão pelas causas e discussões dele. Gosto do jeito como ele me segura ... Mas isso é amor ?
Gosto de um milhão de coisas nele, mas essa falta de medo de perder me deixou muito confusa.
Será que eu não amo ele, ou será que eu me amo mais do que tudo?
That's the question !!!

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

20th of December

Eu nunca senti a falta dele enquanto ele era vivo. 
Sempre fazia questão de não atender aos seus telefonemas e achava que eu era muito bem resolvida quanto a esta decisão que eu tinha tomado. Eu não aguentava mais ouvir as suas lamúrias e não suportava ouvi-lo falar mal das pessoas que cuidavam dele e que ele sequer reconhecia que elas faziam tal coisa . Eu não aceitava de jeito nenhum que ele falasse mal da minha mãe , que mesmo tendo sido agredida verbalmente quase todos os dias por ele , nunca abriu a boca para falar mal dele depois da separação . Tudo o que ela nos dizia era : "ele foi o melhor pai que ele soube ser "!
E então no dia 20 de dezembro de 2013, enquanto eu estava trabalhando, recebi a notícia que ele tinha morrido ... Dormindo...
Não consegui conter a crise de choro imediata. E hoje tento entender de onde veio esse choro, que foi muito maior do que o dele, quando recebeu a mesma notícia que eu quando o pai dele morreu. Me lembro desse dia com muita nitidez, porque foi a primeira vez na vida que eu vi o meu pai chorar. Foram poucas lágrimas , e quando eu perguntei o que tinha acontecido suas palavras foram : " O William morreu"! Ele não disse "meu pai" ou "seu avô " ... Ele disse "O William"! Eu tinha então 10 anos e fiquei me perguntando porque ele não o chamou de pai. Quanta magoa ele devia ter para até mesmo nesta hora o chamar pelo nome !
Quando eu recebi a notícia eu disse aos amigos de trabalho enquanto chorava : " meu pai morreu!" E então eu entendi que apesar de todas as mágoas que eu tive dele, de todas as lembranças ruins e de todos os exemplos do que não fazer que ficaram, eu o amava.
Passei dias depois de sua morte absurdamente triste e lamentando sua partida. Não pensando no que deixamos de fazer juntos, porque acho que nada mudaria hoje no nosso relacionamento se ele estivesse vivo, mas pensando em como ele estragou a vida dele e afastou dele todas as pessoas que o amaram  dia. Pensando em todas as coisas que ele ainda poderia viver e fazer diferente se não fosse uma pessoa tão egoísta . Em como ele poderia ter sido amado se tentasse entender as pessoas. E pensando na sorte que ele teve de não ter morrido sozinho, mesmo sendo quem ele foi .
Mais do que nunca eu tenho o senso de urgência de viver agora, e de amar o maior número de pessoas que eu puder, porque a morte é solitária e ela vem sem avisar a ninguém !